quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Qualquer um tá bom.

Imagina um caderno, desse simples, de espiral e folhas brancas. Mas aquelas folhas que têm um picote ao lado sabe, pra destacar uma por uma, se quiser.
Então. Quando a gente arranca uma página dessas, picotadas, a previsão é que elas saiam de uma forma correta, que se destaquem bem no picotado. Às vezes, meio por uma questão de força, ou talvez mesmo sem querer, a folha rasga um pouco onde não deveria. Estraga. Quase sempre no finalzinho, quando a gente pensa que ela já tá praticamente arrancada intacta (se é que é possível arrancar uma coisa - qualquer coisa - de um jeito meio, preservador, digamos).
Então. Agora pega uma folha A4. Branca. Qualquer uma. Rasga. Segura com as duas mãos, separa a folha em duas, bem no meio.
Então. Agora tem duas folhas rasgadas, a picotada e a branca. A desgraça é que a do A4 é bem mais independente; existem milhões de folhas A4 por aí; não que elas não façam diferença, mas rasgou rasgou, pega outra; aproveita essa metade aí pra ti que dessa aqui eu vou fazer um barquinho pra mim.
Então. Uma vez, de um caderno bem de menininha, com desenhos e flores e até cheiro de chocolate, com folhas de picote - e eu gostava dele - quis arrancar uma folha. Aí comecei. E tava indo tudo bem.
No final ela rasgou um cantinho, bem pequeno, bem no fim, mas rasgou.
Aí eu guardei os pedaços. Gostava muito desse caderno.
Então.
Agora não sei o que fazer com eles.